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A Lobotomia da Fé

12 | 2020

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O homem se converte ainda mais ao simbolismo de “viver no alto”. Simbolismo este criado pelo período moderno como sinônimo de desenvolvimento da cidade e poder de um indivíduo. Se antes o meio urbano já era segregado, agora, com a física elevação da dinâmica de vida dos mais ricos, ele se torna quase totalmente excludente, tornando-se raríssimo o convívio simultâneo de indivíduos de diferentes classes sociais.
O caráter extremamente competitivo da sociedade atual ao redor de acúmulo de bens e status, conduz a mesma a uma disputa por altitude, afinal, esta será, cada vez mais, sinônimo de poder. Podemos dizer então que a física elevação da moradia e de toda uma vida de um indivíduo, acarretará a elevação do status do próprio ser. 
Adentrando ainda mais no simbolismo de “viver no alto”, este fenômeno reforçará o que há muito tempo habita no imaginário humano de, poder estar próximo de Deus e experimentar uma condição divina. Enquanto o desfrute desta condição acontece nas alturas, o solo assume uma característica underground, onde o caos e a negligência se instalam. A cidade segue os passos do extremo negacionismo, onde negamos a urbe e forçamos a verticalização para o 
distanciamento social entre classes.

Colaboradores: Bernardo Salazar, Taianna Garrido

Data: Dezembro de 2020

Cidade: Belo Horizonte

Características: Distópicas, futuristas

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